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AIMÉE G. BOLAÑOS
( CUBA )
Aimée G. Bolaños (Cuba-Brasil). Leitora e escriba de ficção. Professora de literatura na pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Rio Grande, Brasil. Professora adjunta na University of Ottawa, Canadá. Doutora em Filosofia. Pós-doutora em Literatura Comparada. Autora de numerosos livros e artigos em revistas latino-americanas, canadenses, européias. Conferencista em Universidades de México, Argentina, Colômbia, Canadá, Cuba, Espanha, França, Portugal, Alemanha, Ucrania.
Livros de ensaios recentes: Poesía insular de signo Infinito. Una lectura de poetas cubanas de la diáspora e Oficio de lectora. Como co-autora Vozes negras da literatura das Américas, Ficções da história, Identidades em diálogo.
Tem participado nos livros: Historia de la literatura cubana, Literatura e emigrantes, Dicionário de Figuras e Mitos Literários das Américas; Imaginários Coletivos e Mobilidades (Trans)Culturais; Dicionário das mobilidades culturais: percursos americanos, Literatura do íntimo; Diálogos com Paul Ricoeur: ensaios de hermenêutica literária, Huellas francesas en Cienfuegos, Deslocamentos Culturais e suas formas de representação, Revisões do cânone. Obra de ficcão: El Libro de Maat (2002); Las Otras (Antología mínima del Silencio (2004), Las palabras viajeras (2010), Escribas (2013), Visiones de mujer con alas (2016), El juego de los trigramas/O jogo dos trigramas (2019), Alada viajera (2020), Erótica Medusa (2021, Andante (2022)).
Aparece em diversas antologias poéticas: El espacio no es un vacío (Canadá), Antología de la poesía cubana del exilio (España), Catedral sumergida (Cuba) e no livro de entrevistas: Cuba Per Se. Cartas de la diáspora (EE. UU.). Tradutora de português e inglês; também tem sido traduzida a diferentes línguas. Dedica-se atualmente ao estudo da poesia de autoria feminina e poética. Gosta de inventar identidades tecendo vidas imaginárias. Também de voar, mergulhar, olhar.
TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
ALEF – Revista de Literatura Ibero-americana. Ano I no. 1. Editores: Ana Laura Kosby e Marco Celso, Huffell Viola. Gramado, Rio Grande do Sul, Brasil: maio 2012 56 p.
Ex. bibl. de Antonio Miranda
Primeras intuiciones
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa
Alberto Caieiro
hermano que estás
en el retrato deshabitado
de cada lado de la acera
la voz muda atraviesa
y los padres nos llaman
entramos en la casa
de los sueños diurnos
donde somos ahora
dos puntos olvidados
en la vasta sala
sobre ilusiones
la pelea continua
defiendo no me acuerdo
sé que estamos
frente la quarta pared
de un espejo ciego
y nos vemos en abismo
jugando la realidad
figuración y forma
maya sin fin
Orbis Tertius
el poema es la palabra
perdida
sin origen ni destino
en constante travesía
el poema es la palabra
que habita la casa real
de la figuración infinita
El patio particular
es una isla que navega
en la casa recóndita
sin mapas ni cosmologías
un espacio velado
con sus enredaderas
mojadas de morado y verde
donde los vestigios
destellan
trepando libres hasta
alcanzar la luz
que tamizada luego se
deshace
en el crudo cemento sin
linaje
alfombra perlada de hojas
sombras chinescas
laguna florida
calidoscopio
universo
pátio
resplandecido pátio
En el jardín
porque sólo me sostiene
el secreto peso de tus pasos
te espero
vivo el amor oscuro
con su madeja de imposibles
corazón a corazón unidos
TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
Primeiras intuições
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa
Alberto Caieiro
irmão que estás
no retrato desabitado
de cada lado do pavimento
a voz muda atravessa
e os pais nos chamam
entramos na casa
dos sonhos diurnos
onde somos agora
dois poontos esquecidos
na ampla sala
sobre ilusões
a luta continua
defendo não me acordo
sei que estamos
diante da quarta parede
de um espelho cego
e nos vemos no abismo
jogando a realidade
figuração e forma
maia sem fim
Orbis Tertius
o poema é a palavra
perdida
sem origem nem destino
em constante travessia
o poema é a palavra
que habita a casa real
da figuração infinita
O pátio particular
é uma ilha que navega
na casa recôndita
sem mapas nem cosmologias
um espaço velado
com suas trepadeiras
molhadas de morado e verde
onde os vestígios
clareiam
trepando livres até
alcançar a luz
que peneirada logo se
desfaz
no cimento cru sem
linhagem,
tapete hortelã-pimenta de folhas
sombras chinesas
lagoa florida
caleidoscópio
universo
pátio
resplandecido pátio
No jardim
porque apenas me sustenta
o secreto peso de teus passos
te espero
vivo o amor escuro
com sua meada de impossíveis
coração a coração unidos
Cuando los que aman se reúnen, la forma es otra.
Rúmi
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Página publicada em outubro de 2023;
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